Toda criança pode ter problemas na adaptação escolar e se recusar, por um momento, a ficar longe dos pais. No caso das crianças com idades reduzidas, a angústia gerada pela separação pode ser mais frequente e intensa inicialmente, mas existem formas para amenizar como, por exemplo, conversas recorrentes, enfatizar o lado positivo, criar expectativa sobre novas brincadeiras e novos amigos para que eles conheçam mais sobre a rotina e horários das atividades. Outra indicação da médica para diminuir os efeitos dos períodos mais prolongados sem os pais, é sempre falar a verdade, explicando o motivo e o tempo da sua ausência, mostrar segurança frente à separação, e dar tempo para que a criança se adapte às mudanças.

 

“Não devemos ter medo de sair da escola, assim como não devemos prolongar uma despedida. Deve-se agir da maneira mais natural possível. Ensinar a criança que ela deve driblar essa ansiedade, controlar o medo, aproveitar a companhia dos amiguinhos e que após um período determinado de tempo, a mamãe, papai ou outro responsável irá buscá-la novamente. Atentar também para não repreender o choro. O choro é uma maneira que a criança tem de se expressar”, indica a Dra. Kaline Canal, médica pediatra.

 

“Envolver a criança em tarefas como organização dos materiais escolares e estimular positivamente com relação ao retorno para a rotina escolar também podem colaborar no processo. A organização de uma rotina de sono e de alimentação são parte importante do processo”, completa a médica.

 

Cuidados com a saúde das crianças
Alimentos industrializados, com altos índices de açúcares, excesso de corantes ou condimentos devem dar espaço para uma alimentação saudável e equilibrada, indicada pela médica como fundamental para o crescimento e desenvolvimento das crianças.

 

“Conversar com a criança sobre a comida e os hábitos saudáveis dos pais facilitam a educação alimentar. As crianças seguem a tendência de se alimentar melhor, se envolvidas no processo de preparação e com um hábito mais saudável”, indica. Segundo ela, além do déficit nutricional, o excesso de industrializados afeta a saúde futura das crianças.

 

Com o retorno ou início da vida escolar, ela também salienta uma maior circulação de doenças entre o público infantil. O motivo é a maior tendência de aglomeração e de disseminação de vírus e bactérias. Para o período, ela reforça a necessidade de manter as carteiras de vacinação em dia. “Rubéola, caxumba e sarampo não são mais comuns hoje em dia devido a um programa de vacinação eficaz, mas com os baixos índices atuais, essas doenças podem retornar e causar impactos importantes nas crianças. As vacinas também são fundamentais para o controle de outras doenças comuns como diarréia por rotavírus, gripes, meningite, pneumonia, que além da gravidade, afetam muito a frequência escolar”, explica.

 

Além da atualização da caderneta, é fundamental manter as crianças sempre em boas condições de higiene, limpeza das roupas, calçados e objetos pessoais, dentes bem escovados e cuidados de higiene nasal. “Outros cuidados como não compartilhar itens pessoais e manter a higiene das mãos sempre que possível, são destacados. Não existe fórmula mágica, mas, algumas dicas e informações associadas ao cuidado, paciência e amor, facilita muito a introdução escolar dos pequenos”, finaliza.