Crianças e adolescentes atendidos pela Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Assistência Social, no Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Costeira, sul da Ilha, vêm discutindo sustentabilidade e hábitos alimentares mais saudáveis por meio do envolvimento coletivo na construção e manutenção de uma horta, no quintal do serviço, onde estão sendo cultivadas hortaliças como alface, couve e beterraba.
Desde o início da preparação dos canteiros, no primeiro semestre, passando pelo plantio das mudas, em julho, e o acompanhamento do crescimento dos cultivares, a atividade vem despertando o interesse e engajamento dos pequenos. “Eles têm participado ativamente, regando duas vezes por dia e realizando pequenas manutenções. Estão tão empolgados que tivemos que criar uma tabelinha para não dar briga na hora de escolher quem vai regar a cada dia”, conta Elisângela Pereira, coordenadora do CCFV Costeira.
O contato com a terra e as hortaliças, realizado sob orientação dos professores, proporciona o acompanhamento do processo de desenvolvimento das plantas, além de gerar reflexões sobre a origem dos alimentos. “Trabalhamos muito a questão da sustentabilidade e da alimentação saudável. A horta veio para botar em prática o que apresentamos para eles na teoria, através da pirâmide alimentar, a importância de cada alimento. Eles já estão contando os dias para o momento da colheita”, continua Elisângela.
Atualmente, o serviço atende 53 crianças e adolescentes, dos 6 aos 14 anos, residentes nos bairros da Costeira, Saco dos Limões e Carianos. Todas elas estiveram envolvidas em alguma etapa da construção ou manutenção dos canteiros. “Em casa minha avó já planta umas plantinhas, então eu já sabia como era. Está sendo muito legal fazer a horta aqui”, comenta Manoel Verruck Silvano, 10 anos.
Para o professor Felipe De Almeida Olivella, o envolvimento dos alunos com a iniciativa fomenta diferentes aprendizados e transformações. “É um crescimento científico e empírico que traz muita riqueza. Esperamos que traga também uma melhoria na alimentação. Com as plantas aqui na horta, tenho certeza que eles vão querer comer porque eles que plantaram. Essa coisa de trabalhar em equipe também, o coletivo, a horta no fim é interdisciplinar”.